sexta-feira, 3 de maio de 2019

O Coveiro e o Anão ( Resenha )

Boa noite amigos leitores, os dias estão passando voando , hoje já é sexta, uhuuu!

A resenha de hoje é do livro O Coveiro e o Anão, da Editora Scoortecci, do autor Pedro Luiz .

Livro: O Coveiro e o Anão
Autor: Pedro Luiz Pereira
Editora: Scortecci
Nº de págs.: 141
Gênero: Ficção

SINOPSE:

Através do coveiro Boris e do anão Vadinho, o leitor é levado a conhecer os segredos de um universo fechado em si mesmo,um universo que chega mesmo a ser perturbador.O cenário é um cemitério. Nele nasceu e sempre viveu Boris, recluso e isolado do mundo. Ali, convive Boris com a dor alheia. Tudo sabe Boris sobre o cemitério. Conhece de cor cada morto e cada túmulo. Desprezado pelos moradores da pequena cidade onde vive, principalmente por seu amor obsecado por uma morta, Boris encontra solidariedade no anão Vadinho, assassino frio e às vezes terno como uma criança. Da parceria dos dois personagens, nasce, ali no cemitério, um mundo inquietante, sombrio mesmo, um mundo, enfim, onde reinam, absolutas, a noite e as trevas.

RESENHA:

Boris, era assim que era chamado o coveiro que nasceu praticamente no cemitério. A profissão de Boris foi herdada pelo pai que foi coveiro com muito orgulho.

Boris que cresceu e viveu dentro do cemitério toda a sua vida, não poderia decepcionar o pai e tinha suas botas enlameadas como um talismã, pois o pai adorava ver as botas enlameadas.

Já a mãe que estava cansada daquela situação de só ter vizinhos mortos , morando naquele cemitério, decidiu fugir de casa  e nunca mais voltou.

Boris já sabia da causa da morte de todos que ali se enterravam, principalmente de Rosália, que antes de morrer, o coveiro já era apaixonado por ela e mesmo depois de falecida, nutria a mesma paixão pela defunta.


Vadinho era um anão que Boris conheceu no cemitério, o sujeito apareceu misteriosamente por lá e sempre confidenciava seus problemas. Um personagem bem complexo, sendo frio e ao mesmo tempo inocente como uma criança.
O anão meio que se escondia no cemitério por ter cometido algo num circo que trabalhava . Queria a todo o custo honrar o sonho do pai que fora palhaço e mágico ao mesmo tempo.

Mas, gente, sério, a parte do anão é muito engraçada, eu ri demais.

Voltando ao assunto, são histórias de dois personagens que tem muito em comum, ambos sofrem por um amor impossível, de um lado sofre Boris por Rosália que no cemitério estar enterrada por muitos anos e do outro lado um anão sofre inconformado com um amor impossível , onde sua amada acabara de casar-se.
E assim, um tenta consolar a dor do outro.


 A história é toda ambientada no cemitério e partes da narração são memórias dos enterros feitos por Boris e são até engraçadas algumas cenas como a que vou citar abaixo:

" Foi quando a viúva histérica, atirou-se sobre Boris, segurando a pá e gritando: " O senhor não vai enterrar meu marido!". Boris tentava desvencilhar-se da mulher, quando um menino atirou-se também contra Boris, gritando: "Não vai enterrar meu pai!". Naquele tumulto todo, com pessoas querendo conter mãe e filho, um dos acompanhantes levou um tapa no rosto. Surpreso, desequilibrou-se e caiu dentro da sepultura..." Me tirem daqui, me tirem daqui!",gritava, em pânico, o homem já em pé sobre o caixão."

Essa história leva ao leitor um misto de sensações, a gente se sente no lugar dos personagens sentido suas dores, as frustrações de sonhos não realizados, e junto vem a reflexão de como é realmente  difícil e ao mesmo tempo engraçada a vida de um coveiro.

Uma leitura tensa e divertida ao mesmo tempo, com uma escrita bem humorada o autor acaba dando uma leveza na trama.
Um livro super válido, pois nos leva a refletir sobre muitas questões, dentre ela o bullyng, que muitas pessoas sofrem por "ser diferente" , como no caso do "anão" ou simplesmente por ter uma profissão "diferente", como ser "coveiro".


Numa sociedade onde o preconceito ainda atua em relação a essa profissão, onde muitos ainda a acham macabra,  nesse livro vemos pelos olhos do personagem  que é uma profissão comum como todas as outras e que merece ser valorizada.

Leiam, tenho certeza que além da reflexão vocês irão dar boas risadas.

Obs.: Nunca tinha observado essa frase da placa das vezes que fui a enterros no cemitério, ela também está escrita num diálogo no livro. Bem forte né non?!!!

Onde Comprar: Livraria AsabeçaAmazonCia dos Livros .

Bjus e um bom final de semana.

24 comentários:

  1. diferente. não sei se me interessei. beijos, pedrita

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  2. Já me diverti lendo a resenha imagino como será conhecer o enredo completo
    Boa indicação que eu já anotei
    Beijinhos e bom fim de semana, Joyce

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    1. KKk, que bom que gostou Gracita, se ler me fala aqui tá, bjocas amiga.

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  3. Oiee!!

    Gente!!! E essas fotos no cemitério!! Já imaginei uma história tenebrosa, mas que nada hahaha.
    Adorei a premissa, adoro enredos com reflexões e uma dose de humor, e eu fiquei bem curiosa com o anão. Acho que em livro nunca vi.
    Dica anotada, esse despertou meu interesse.

    bjs

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    1. Oi Fernanda, acredito que irá gostar, esse anão é realmente engraçado. Bjus.

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  4. Nunca reparei na frase tb rsrs
    É uma temática diferente, quase não vemos essa ambientação e acho o máximo pq realmente amplia nossa visão!
    Gostei da dica e confesso que ri muito nesse trecho hahaha coitado do Boris

    Osenhordoslivrosblog.wordpress.com

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    1. Ah Vivi eu ri demais, achei muito engraçada essa parte da história e outras que não citei também, vale a pena essa leitura.

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  5. Oiii,

    Amei a capa e proposta do livro. Gosto de histórias ambientadas em cemitério, ainda acho macabro hahah mas super concordo, a profissão de coveiro é como outra qualquer e deve ser ainda mais difícil, pois lida diretamente com a morte, que é algo delicado, misterioso e triste. Pelo que você descreveu deve haver mesmo muitas boas reflexões.

    Quero conhecer <3
    Bjokas da Elo!
    http://cronicasdeeloise.blogspot.com/

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  6. Oi, Joyce! Que livro diferente! Se tem uma pessoa que tem muita história pra contar, essa pessoa com certeza é o coveiro hahaha. E falo com propriedade, porque a empresa que eu trabalho atendia uma outra empresa funerária/cemitério, e é cada história que saía de lá. Mas sobre o livro, curti muito de todas as ideias trabalhadas. Gosto de quando esses assuntos sobre morte são tratados de forma natural, e como você colocou, até mesmo através do humor, porque isso ajuda a quebrar o tabu sobre ela. Comprei demais a ideia desse livro, já quero! Obrigada pela dica <3

    http://abducaoliteraria.com.br/

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    1. Oi Gisele, pois é, é cada história né!
      Fico feliz que tenha gostado.
      Bjus.

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  7. Oi Joyce.
    Amei a indicação. A temática diferenciada e os problemas levantados pelo autor me chamam muita atenção. Nunca li nada do autor, mas gosto da fluidez mesmo para as leituras mais tenebrosas.
    Beijos.
    Fantástica Ficção

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  8. Oiii,
    Menina, que interessante o livro. Gostei do autor ter pego dois personagens que são bem marginalizados pela sociedade e colocar como protagonistas. Nessa parte que você colocou, comecei a rir, muito hilário. Eu esperava algo bem assustador, mas me enganei, haha. Gostei muito da capa também. Dica anotada.
    Beijos,
    http://eusouumpoucodecadalivroqueli.blogspot.com.br/

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    1. Sim Gisele, ele soube muito bem unir esses dois personagens.
      Deu super certo.
      Obrigada, bjus.

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  9. Bem diferente, não me lembro de ter lido algum livro com essa ambientação. É incrível quando o autor consegue nos transportar para dentro da obra e despertar a empatia e sintonia com os personagens e seus sentimentos. Infelizmente nossa sociedade ainda é muito preconceituosa, o que torna esse livro bastante necessário pelo que pude entender, fiquei interessada, obrigada pela dica. Beijos.

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  10. Achei bem engraçado o quote! hahahaahah Parece ser um livro que mistura esse assunto Tabú, que é ser coveiro e morar em um cemitério, com a piada e a vida de um circo?! Realmente nos deixa confuso, mas parece ser um livro muito interessante!!

    Isa do @leportraitdeisa

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    1. Sim, isso mesmo Isa.
      Com certeza, é um livro interessante, bjus.

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