Boa noite amigos leitores, os dias estão passando voando , hoje já é sexta, uhuuu!
A resenha de hoje é do livro O Coveiro e o Anão, da Editora Scoortecci, do autor Pedro Luiz .
Livro: O Coveiro e o Anão
Autor: Pedro Luiz Pereira
Editora: Scortecci
Nº de págs.: 141
Gênero: Ficção
SINOPSE:
Através do coveiro Boris e do anão Vadinho, o leitor é levado a conhecer os segredos de um universo fechado em si mesmo,um universo que chega mesmo a ser perturbador.O cenário é um cemitério. Nele nasceu e sempre viveu Boris, recluso e isolado do mundo. Ali, convive Boris com a dor alheia. Tudo sabe Boris sobre o cemitério. Conhece de cor cada morto e cada túmulo. Desprezado pelos moradores da pequena cidade onde vive, principalmente por seu amor obsecado por uma morta, Boris encontra solidariedade no anão Vadinho, assassino frio e às vezes terno como uma criança. Da parceria dos dois personagens, nasce, ali no cemitério, um mundo inquietante, sombrio mesmo, um mundo, enfim, onde reinam, absolutas, a noite e as trevas.
RESENHA:
Boris, era assim que era chamado o coveiro que nasceu praticamente no cemitério. A profissão de Boris foi herdada pelo pai que foi coveiro com muito orgulho.
Boris que cresceu e viveu dentro do cemitério toda a sua vida, não poderia decepcionar o pai e tinha suas botas enlameadas como um talismã, pois o pai adorava ver as botas enlameadas.
Já a mãe que estava cansada daquela situação de só ter vizinhos mortos , morando naquele cemitério, decidiu fugir de casa e nunca mais voltou.
Boris já sabia da causa da morte de todos que ali se enterravam, principalmente de Rosália, que antes de morrer, o coveiro já era apaixonado por ela e mesmo depois de falecida, nutria a mesma paixão pela defunta.
Vadinho era um anão que Boris conheceu no cemitério, o sujeito apareceu misteriosamente por lá e sempre confidenciava seus problemas. Um personagem bem complexo, sendo frio e ao mesmo tempo inocente como uma criança.
O anão meio que se escondia no cemitério por ter cometido algo num circo que trabalhava . Queria a todo o custo honrar o sonho do pai que fora palhaço e mágico ao mesmo tempo.
Mas, gente, sério, a parte do anão é muito engraçada, eu ri demais.
Voltando ao assunto, são histórias de dois personagens que tem muito em comum, ambos sofrem por um amor impossível, de um lado sofre Boris por Rosália que no cemitério estar enterrada por muitos anos e do outro lado um anão sofre inconformado com um amor impossível , onde sua amada acabara de casar-se.
E assim, um tenta consolar a dor do outro.
A história é toda ambientada no cemitério e partes da narração são memórias dos enterros feitos por Boris e são até engraçadas algumas cenas como a que vou citar abaixo:
" Foi quando a viúva histérica, atirou-se sobre Boris, segurando a pá e gritando: " O senhor não vai enterrar meu marido!". Boris tentava desvencilhar-se da mulher, quando um menino atirou-se também contra Boris, gritando: "Não vai enterrar meu pai!". Naquele tumulto todo, com pessoas querendo conter mãe e filho, um dos acompanhantes levou um tapa no rosto. Surpreso, desequilibrou-se e caiu dentro da sepultura..." Me tirem daqui, me tirem daqui!",gritava, em pânico, o homem já em pé sobre o caixão."
Essa história leva ao leitor um misto de sensações, a gente se sente no lugar dos personagens sentido suas dores, as frustrações de sonhos não realizados, e junto vem a reflexão de como é realmente difícil e ao mesmo tempo engraçada a vida de um coveiro.
Uma leitura tensa e divertida ao mesmo tempo, com uma escrita bem humorada o autor acaba dando uma leveza na trama.
Um livro super válido, pois nos leva a refletir sobre muitas questões, dentre ela o bullyng, que muitas pessoas sofrem por "ser diferente" , como no caso do "anão" ou simplesmente por ter uma profissão "diferente", como ser "coveiro".
Numa sociedade onde o preconceito ainda atua em relação a essa profissão, onde muitos ainda a acham macabra, nesse livro vemos pelos olhos do personagem que é uma profissão comum como todas as outras e que merece ser valorizada.
Leiam, tenho certeza que além da reflexão vocês irão dar boas risadas.
Obs.: Nunca tinha observado essa frase da placa das vezes que fui a enterros no cemitério, ela também está escrita num diálogo no livro. Bem forte né non?!!!
Onde Comprar:
Livraria Asabeça,
Amazon,
Cia dos Livros .
Bjus e um bom final de semana.